A crise financeira que teve seu estopim a partir dessa segunda-feira tem recebido toda a atenção dos grandes jornais do Brasil e do mundo. Para entender quais são os possíveis riscos para o País, assim como os reais impactos na vida dos brasileiros, é necessária uma breve explicação de como se deu a crise imobiliária nos Estados Unidos.
Origem
Origem
Tudo começa com o mercado de hipotecas norte-americano subprime. É um crédito de habitação de alto risco que é destinado a uma parcela da população com baixos rendimentos e situação econômica mais instável, ou seja, mais passível de dar calotes, e sendo o imóvel a única garantia exigida nestes empréstimos. Esses clientes começaram a financiar imóveis residenciais. Desse modo, com baixos juros no mercado mundial, aumentou a demanda por papéis de maiores riscos. As grandes companhias que vendiam hipotecas subprime começaram a pedir empréstimos a Wall Street e depois revendiam as hipotecas para seguradoras, com o intuito de ter mais lucro. Vários bancos de investimento começaram, então, a partilhar desses papéis de risco do subprime e vendiam eles também.
Desenvolvimento
Porém, o mercado imobiliário começou a se retrair no momento em que a população do subprime começou a dar mais calotes e não pagando os bancos. Estes começaram a ter seu dinheiro em processo de perda, o que levou a uma quebra das empresas de hipotecas. Sem ter pagado as dívidas, as pessoas começaram a perder seus imóveis, o que criou uma maior oferta no mercado, já que tinham mais imóveis vazios. Esse aumento na oferta derrubou os preços, fazendo com que os bancos apertassem os créditos aos consumidores.
Com o intuito de evitar uma restrição ainda maior do crédito, bancos centrais injetaram milhões de dólares no mercado financeiro. Os EUA diminuíram a taxa de juros de 5% ao ano (julho de 2007) para 3% ao ano. Porém, essa não foi a melhor opção de contensão da crise, já que está com dificuldade para pagar contas não vai consumir mais, mesmo com os juros menores. Esse método, ao invés de ajudar na crise só piorou, pois se utilizou da mesma premissa que ocasionou os problemas: empréstimos com taxas baixas e alto risco de calotes.
Conclusões em curto prazo
A crise norte-americano afetou o risco dos países da Europa, alguns em menor escala, como na Alemanha, outros em maior, caso da Espanha. Também foram prejudicados os países emergentes, tal como o Brasil, que teve queda de 7,59%, a maior desde 11 de setembro de 2001.
Esse agravamento decorre do fato de que a queda no preço dos imóveis leva a uma redução da riqueza dos consumidores americanos e, então, menos dinheiro disponível para o consumo. Com um fraco desempenho da economia dos EUA também sofrem todos os países que exportam para ele.
Perspectivas futuras
Ainda não se sabe ao certo o quanto e até quando a economia norte-americana vai desacelerar e qual será o impacto na atividade econômica dos outros países. Parte dos analistas financeiros acreditam numa certa “interdependência” dos países emergentes na crise, já que os mercados financeiros da China e da Índia poderiam absorver as exportações excedentes. Contudo, outra parcela de analistas tem a opinião que a China também seria afetada por uma recessão nos EUA e assim não conseguiria suportar a situação econômica dos países emergentes.
fontes: BBC Brasil / El País / O Estado de S. Paulo / Valor Econômico
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